quinta-feira, 30 de maio de 2013

Necessidade

Tenho tanto que falar, tenho tanto que dizer, tenho tantos sentimentos guardados que preciso de escrever. Não sobre eles, sobre mim. 
Parece tudo tão simples quando escrevo, parece que a cada palavra que escrevo, sai da minha mente, uma daquelas palavras que à tanto me atormentavam. Não entendo esta necessidade de me exprimir, é como a respiração, sem escrever não consigo viver. Fecho os olhos sem medo de errar, conheço bem tudo o que me faz sentir feliz. Sinto arrepios ao ver fluir palavras que aos poucos se transformam num texto, tinha saudades desta sensação que não tem explicação, sinto tantas saudades. 
 Saudades de quando tinha todo o tempo do mundo para escrever, escrever de tudo, de tudo o que me rodeia. Eu necessito de escrever para ser feliz, necessito de me exprimir e só através desta forma me sinto melhor, basta  uma caneta, uma folha e imaginação para que toda a dor que trago na mente desapareça. Preciso de criar um novo imaginário, preciso de me envolver na vida de outras personagens, numa história que não é minha mas encaro-a como minha; preciso de ouvir os pássaros a cantar quando estou a escrever encostada a uma árvore, preciso de ver as mãos cansadas e a mente cada vez mais eficaz; preciso de ouvir o meu coração a bater forte ao entrar na história e a mente a ser raptada pelas palavras. 
Preciso de um carinho do texto, preciso de um beijo das frases e um abraço das palavras

sábado, 11 de maio de 2013

Ingenuidade

 
Tenho tantas saudades da ingenuidade, saudades de ser feliz apenas com uma simples boneca, fazer da vida uma rotina, onde brincar, comer e dormir eram a chave para a felicidade.
Tenho saudades de me disfarçar de gente "grande", calçar uns sapatos altos, maquilhar-me e vestir umas roupas da mãe, até podia estar horrível, podia fazer as piores figuras possíveis, mas estava feliz e para mim era o que importava! Sonhava poder ser crescida, sair á noite, fazer as minhas próprias escolhas, ter muitos amigos, enfim... Agora tudo o que mais quero é ser a criancinha que sempre sonhou ser crescida, queria que tudo não passa-se de um sonho, pois aprendi que fazer escolhas é a pior coisa do mundo, é como estar entre a espada e a parede, mas o pior é fazer as escolhas erradas e ainda ter de viver com as consequências das mesmas, também aprendi que ter muitos amigos nem sempre é o melhor, principalmente quando são muitos e não valem nada, para mim «poucos mas bons» é o mais correcto ! Tenho saudades de adormecer a pensar no dia seguinte, na próxima brincadeira, pois agora o único pensamento são memórias que nem sequer deviam existir. Tenho saudades de jogar á bola, cair, e ver sempre os meus joelhos cheios de arranhões. Tenho saudades de chorar apenas porque "caí", parece que hoje o "chorar" vem sempre do coração, de um sentimento;c

quarta-feira, 8 de maio de 2013

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são estas turbulências que me enlouquecem, estas mudanças de humor repentinas geradas por mil e um acontecimentos que me abalam, que me corroem o coração! queria ser forte, por mim, e por todos aqueles que estão e sempre estiveram a meu lado. queria me manter firme, e ser capaz de mostrar um sorriso, em qualquer momento... como eu tempos. sim, nos tempos em que independentemente da minha fragilidade, era capaz de camuflar qualquer sentimento. hoje em dia, sinto-me transparente o suficiente para trespassar tudo o que sinto, e não sinto, para aqueles que me conhecem, e não conhecem tão bem. não consigo deixar de me sentir desapontada comigo mesmo, por desapontar os outros, quando estes contavam comigo, e com o dito sorriso. não gosto de sentir que estraguei algo, por míseros segundos de devaneio. devaneio que sempre acaba por passar, de uma forma ou de outra

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Longe das pessoas, vivendo no seu próprio mundo, sem perguntas, nem respostas, sem vontades, nem imposições... sempre foi a minha escolha. sempre preferi estar sozinha, isolar-me, e viver a vida de auriculares nos ouvidos, com o volume no máximo... sempre, ou desde que percebi que estar isolada do mundo, me protegia. eu tentei, tentei acreditar no lado bom das pessoas, lado esse que quase nunca existia... sofri vezes sem conta, chorei noite e dia, onde o meu único ombro amigo, era o aconchego da almofada. agora deixei de crer. podem culpar-me, podem achar que sou egocêntrica, mas quando me ausento, coloco-me offline para o resto do mundo, e não adianta implorar, eu ignoro. sou uma pessoa diferente, fria e distante. sou eu neste momento

ser criança é ser feliz *

 
recuo 5/6 anos atrás e nao consigo esconder o espanto, com todas as mudanças que ocorreram em tão pouco tempo. hoje, estive a rever fotos, a ouvir musicas antigas, e era impressionante a facilidade com que eu sorria, a felicidade visivel nos meus olhos. era ingénua, não sabia o que era amar, tinha tudo o que queria, tinha os melhores amigos, e por muito que houvesse as tipicas chatices, os regulares amuos, nada fazia diferença, porque eu nao dava muita importancia.
tinha 10/11 anos, e agora olhando para trás, parece que o tempo vuou, parece que nao vivi o suficiente, e sim, tenho saudades, sinto a falta dessa ingenuidade pura, que me deixava feliz 24 horas por dia.
hoje tenho apenas 15 anos, mas deparo-me com imensas mudanças á minha volta, sinto-me cada vez mais mais perto da vida adulta, e já sinto o cheiro das imensas responsabilidades. no fundo, sempre quis isto, sempre sonhei ser independente, e sair daqui, mas as vezes tenho medo, medo de não conseguir estar á altura; todavia, tenho a certeza que vou lutar, e vou fazer os possiveis e os impossiveis para conseguir sovreviver neste mundo.
e mesmo sendo talvez impossivel, vou fazer por voltar a ser, não a menina ingénua, mas uma mulher forte, e feliz !
 
 O tempo escasseia quando queremos fazer tudo o que gostamos. na verdade, as prioridades prevalecem, e acabamos por nos esquecer daquilo que seria o mais importante. a escrita, a vontade de escrever. saudades, apenas a saudade surge, pois em alguns momentos, parece que apenas uma folha em branco é capaz de nos perceber, de nos confortar. e aqui estou, perdida em pensamentos, sufocada com palavras, palavras que quase parecem asfixiar me a alma.
momentos, vidas, rumos que têm de ser tomados, decisões importantes, pessoas que são infelizmente ou felizmente deixadas para trás. tudo o que me perturba, o receio, a insegurança. tudo isto me leva a um único lugar. provavelmente, um lugar bastante longínquo. um lugar que não tarda, eu conhecerei!