Estava sozinha, descansada. de repente chamam por mim. lá vou eu ter de ir com eles.
rodo a maçaneta, abro lentamente a porta, e finjo um sorriso. desço as
escadas rapidamente fingindo que tinha pressa de chegar à beira deles. fico
uns minutos a ouvir o que me querem dizer. e depois como que uma seta,
corro para o meu quarto. para o meu mundo. onde só os lençóis e a
almofada entendem o meu sofrimento. as minhas lágrimas. por vezes, um
silêncio invade o meu quarto. antes tudo parecia colorido, animado. mas
numa questão de segundos, tudo se transforma em escuridão e sofrimento.
uma nuvem negra envolve-me e já não sinto mais nada. o sorriso que antes
usava, cai e dá lugar a uma expressão que nem eu sei definir. é nestas
alturas que não devia estar sozinha, porque sei o que se vai seguir. uma
noite sufocante. chorar até não puder mais. mas o problema é que quando
preciso de chorar, parece que todas as lágrimas do meu corpo secaram. e
então. parece que chegou a hora.
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